Cemitério de animais
- Papai, a Lili foi atropelada. - disse minha filha Juliana.
Ao
chegar à rua vi o corpo do animal estendido no chão. Um filete de
sangue saía pela boca. Não havia nada mais nada a fazer senão
providenciar o funeral. Emprestamos o enxadão do vizinho e colocamos
Lili num saco plástico e a enterramos. As crianças rezaram
soluçando e colocaram flores sobre o túmulo, Lili deixou saudade.
-
Pai, por que não fazem um cemitério para cachorro? – perguntou
meu filho Gui.
Muitas
pessoas devem ter feito esta pergunta diante do falecimento de um
animal de estimação. Imagine um gato siamês morto num apartamento,
um vira-lata atropelado na Via Expressa, dois corpos de cavalos
putreficando às margens da Avenida Brasília.
Se
for animal pequeno, um papagaio, coloca-se em uma caixa e enterra-o
no quintal. Porém, se for um felino, muitos jogam no ribeirão, no
lago Igapó, numa data vazia, colocam na lata de lixo do vizinho. Se
não tiver dono, deixam o defunto no asfalto, até que algum caminhão
de lixo o recolha. E se for animal de “porte grande”, um
quadrúpede? O relato é de uma aluna: “Deram um tiro na mula que
tinha quebrado a perna, jogaram uns pneus velhos e queimaram o
animal.”
Para
que situações trágicas como essas não ocorram, a Prefeitura
Municipal de Londrina deveria criar um cemitério de animais de
estimação, onde seriam sepultados todos os animais domésticos da
cidade. Bastaria um telefonema e tudo estaria resolvido.
Carlos
Okawati

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