sábado, 21 de abril de 2012

Opinião


                         







Cemitério de animais





- Papai, a Lili foi atropelada. - disse minha filha Juliana.

Ao chegar à rua vi o corpo do animal estendido no chão. Um filete de sangue saía pela boca. Não havia nada mais nada a fazer senão providenciar o funeral. Emprestamos o enxadão do vizinho e colocamos Lili num saco plástico e a enterramos. As crianças rezaram soluçando e colocaram flores sobre o túmulo, Lili deixou saudade.

- Pai, por que não fazem um cemitério para cachorro? – perguntou meu filho Gui.

Muitas pessoas devem ter feito esta pergunta diante do falecimento de um animal de estimação. Imagine um gato siamês morto num apartamento, um vira-lata atropelado na Via Expressa, dois corpos de cavalos putreficando às margens da Avenida Brasília.

Se for animal pequeno, um papagaio, coloca-se em uma caixa e enterra-o no quintal. Porém, se for um felino, muitos jogam no ribeirão, no lago Igapó, numa data vazia, colocam na lata de lixo do vizinho. Se não tiver dono, deixam o defunto no asfalto, até que algum caminhão de lixo o recolha. E se for animal de “porte grande”, um quadrúpede? O relato é de uma aluna: “Deram um tiro na mula que tinha quebrado a perna, jogaram uns pneus velhos e queimaram o animal.”

Para que situações trágicas como essas não ocorram, a Prefeitura Municipal de Londrina deveria criar um cemitério de animais de estimação, onde seriam sepultados todos os animais domésticos da cidade. Bastaria um telefonema e tudo estaria resolvido.

Carlos Okawati


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