sábado, 25 de fevereiro de 2012

MARIOVILHOSO ANDRADE


 





Feliz aniversário de morte




“Eu precisava de mais 200 anos para conhecer toda a profundidade de sua obra.”
José Bento Faria Ferraz – Secretário de Mário de Andrade (1934-1945)

Entrevista aos 90 anos concedida a Folha de Londrina - 24.09.2002.

Mário de Andrade (09.10.1893-25.02.1945) é uma unanimidade nacional, reconhecido pelos críticos como o mais importante intelectual do século XX e o escritor mais nacionalista crítico e múltiplo dos brasileiros, porém é conhecido pela grande maioria dos leitores de nosso país, como autor da rapsódia: “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, “Amar, verbo intransitivo” e líder do Movimento e da “Semana de Arte Moderna” de 1922.

Atualmente, o conjunto da obra marioandradina aproxima-se de uma centena de publicações em livros. Sua produção abrange diversas áreas do conhecimento, como literatura (romance, poesia, conto, crônica e crítica literária); música (erudita, ópera, sacra, popular, feitiçaria, cantigas de roda, modinhas imperiais, cordel); artes plásticas; etnologia; folclore; biografia; fotografia; Patrimônio Histórico; pesquisador de campo. Esteve na Amazônia em 1927 e viajou pelo Nordeste em 1928-29, resgatando e coligindo músicas e manifestações do folclore regional. Mário de Andrade foi o primeiro Secretário de Cultura do Brasil - Chefe do Departamento de Cultura (1935-1938) - na cidade de São Paulo, onde realizou trabalhos pioneiros, como Congresso da Língua Nacional Cantada, a Missão de Pesquisas Folclóricas, introduziu os primeiro Parques Infantis do país. Nos deixou um precioso legado cultural. Foi um dos fundadores e primeiro Presidente da Sociedade de Etnografia e Folclore, em 1936; no mesmo ano, idealizador e redator do Anteprojeto de criação do Serviço do Patrimônio Artístico Nacional; professor no Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo e da extinta Universidade do Distrito Federal; colaborador e colunista profícuo nos mais importantes jornais e revistas culturais do país; colecionador de obras de artes e da cultura popular. Como palestrante da conferência “O Movimento Modernista”, na Casa do Estudante (RJ), comemorativa aos 20º ano da Semana de Arte Moderna, seu manifesto tornou-se um dos mais importantes estudos de avaliação crítica do Modernismo no Brasil. Missivista compulsivo, dialogou através das cartas com Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Alceu de Amoroso Lima, Pedro Nava, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Luis Câmara Cascudo, Villa-lobos, Camargo Guarnieri ou personagens ilustres e não famosos que cultivaram “cultura” no século passado. 

Em 1946, um ano após a morte de Mário de Andrade, profetizou o crítico e ensaista Antonio Cândido sobre o epistolário marioandradino: “ A sua correspondência encherá volumes e será por ventura o maior monumento do gênero, em Língua Portuguesa”. Parte das correspondências ativas e passivas de Mário de Andrade, ainda permanecem inéditas e continuam sendo publicadas sem prazo de findar.

A bibliografia marioandradina alcança um número surpreendente, principalmente, tratando-se da qualidade e diversidade dos estudos. A cada dia multiplicam-se ininterruptamente os estudos e as produções culturais relacionados ao mais importante e influente intelectual do século XX. 

Hoje, faz 67 anos, que Mário de Andrade faleceu, e seus livros continuam sendo publicados e permanecem atualíssimos. 

Carlos Okawati/Paulo Menten 

 
“Deus! Creio em Ti! Creio na tua Bíblia” 
Paulicéia Desvairada.  Poesias Completas. Martins 1974. p.50 




“...eu acredito certamente em Deus, sei que isso é incontestável dentro de mim. Uma crença primária, ingênua, bruta, inviolável, permanente, não carecendo de provas intelectuais, sinto Deus. Sem misticismo nenhum, sinto Deus”.
MORAES, Marco Antônio de (Org.) Correspondência Mário de Andrade & Manuel Bandeira. São Paulo, EDUSP/IEB, 2001. p.100

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